Desenvolvimento Positivo de Jovens (DPJ)
- GEPEEX
- 21 de ago. de 2020
- 3 min de leitura
Por Gabriel Lucas Morais Freire*
Você sabe o que é DESENVOLVIMENTO POSITIVO DE JOVENS?! Nesse texto iremos explanar um pouco sobre essa abordagem.

Na década de 80, a adolescência era considerada um período de “sturm und drang” tempestade e estresse devido aos processos de transformações que acontecem com os jovens durante esse período. Apesar dos problemas aparentemente múltiplos vistos durante a adolescência (uso e abuso de drogas e álcool, sexo inseguro e gravidez, fracasso escolar e abandono escolar, crime e delinquência e depressão) (Ciocanel, Power, Eriksen, & Gillings, 2017).
Dentro desse contexto, a perspectiva do desenvolvimento positivo de jovens (DPJ) foi desenvolvida sob a concepção de que todos indivíduos possuem talentos, qualidades e interesses que os oferece potencial para um futuro de sucesso (Lerner et al., 2005). Este potencial é de suma importância, pois observa que as trajetórias de desenvolvimento dos adolescentes não são fixas, e podem ser significativamente influenciadas por fatores nas suas casas, escolas ou comunidades (Camiré & Santos, 2019; Holt et al., 2017; Lerner et al., 2017).
Nesse sentido, os pesquisadores do DPJ criaram um modelo que ajudaria a orientar os jovens para uma vida de contribuições de sucesso. O modelo dos 5Cs +1 (competência, confiança, conexão, caráter e cuidado, compaixão e contribuição) (Lerner et al., 2005). A competência no esporte pode ser definida como um alto nível de performance, conquistas e habilidades atléticas (Lerner et al., 2011). Ao considerar o construto da confiança, o interesse é saber se as experiências esportivas de um atleta ao longo do tempo levam a mudanças duradouras significativas na confiança dentro e fora do contexto esportivo (Lerner et al., 2011). A conexão é conceituada como uma medida da qualidade dos relacionamentos e do grau de interação com colegas e treinadores no ambiente esportivo e fora dele (Lerner et al., 2011). Especificamente, o caráter e cuidado no esporte é geralmente tipificado pelo engajamento em comportamentos pró-sociais e evitação de comportamentos antissociais (Lerner et al., 2011). A compaixão é o sentimento de simpatia e empatia pelos outros e por fim, a contribuição é a contribuição que os programas em que os jovens estão inseridos fornece para sua família, comunidade e sociedade civil (Lerner et al., 2011).
Assim, estudos recentes apontam que a prática esportiva é uma das principais ferramentas para o desenvolvimento positivo de em jovens, tais como: bem-estar psicológico e habilidades para vida através do esporte (liderança, solução de problemas, controle do tempo e comunicação) (Cronin et al., 2019; Cronin et al., 2020; Cronin & Allen, 2018; Mossman & Cronin, 2019).
Referências
Camiré, M., & Santos, F. (2019). Promoting Positive Youth Development and Life Skills in Youth Sport: Challenges and Opportunities amidst Increased Professionalization. Rui Resende Hugo Sarmento, 5(1), 27-34.
Ciocanel, O., Power, K., Eriksen, A., & Gillings, K. (2017). Effectiveness of positive youth development interventions: A meta-analysis of randomized controlled trials. Journal of youth and adolescence, 46(3), 483-504.
Cronin, L., Marchant, D., Allen, J., Mulvenna, C., Cullen, D., Williams, G., & Ellison, P. (2019). Students’ perceptions of autonomy-supportive versus controlling teaching and basic need satisfaction versus frustration in relation to life skills development in PE. Psychology of Sport and Exercise, 44, 79-89.
Cronin, L., Marchant, D., Johnson, L., Huntley, E., Kosteli, M. C., Varga, J., & Ellison, P. (2020). Life skills development in physical education: A self-determination theory-based investigation across the school term. Psychology of Sport and Exercise, 101711.
Cronin, L. D., & Allen, J. (2018). Examining the relationships among the coaching climate, life skills development and well-being in sport. International journal of sports science & coaching, 13(6), 815-827.
Holt, N. L., Neely, K. C., Slater, L. G., Camiré, M., Côté, J., Fraser-Thomas, J., . . . Tamminen, K. A. (2017). A grounded theory of positive youth development through sport based on results from a qualitative meta-study. International review of sport and exercise psychology, 10(1), 1-49.
Lerner, R. M., Lerner, J. V., Almerigi, J. B., Theokas, C., Phelps, E., Gestsdottir, S., . . . Ma, L. (2005). Positive youth development, participation in community youth development programs, and community contributions of fifth-grade adolescents: Findings from the first wave of the 4-H study of positive youth development. The Journal of Early Adolescence, 25(1), 17-71.
Lerner, R. M., Wang, J., Hershberg, R. M., Buckingham, M. H., Harris, E. M., Tirrell, J. M., . . . Lerner, J. V. (2017). Positive youth development among minority youth: A relational developmental systems model Handbook on positive development of minority children and youth (pp. 5-17): Springer.
Mossman, G. J., & Cronin, L. D. (2019). Life skills development and enjoyment in youth soccer: The importance of parental behaviours. Journal of sports sciences, 37(8), 850-856.
Gabriel Lucas Morais Freire*. Integrante do GEPEEX. Mestrando em Educação Física pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (PPGEF-UNIVASF, 2019-atual) . Especializando em Treinamento Esportivo pela Escola Superior de Educação Física (UPE/ESEF) (2018-atual). Graduado em Educação Física pela Faculdade Guararapes (FG).
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