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MOTIVAÇÃO NO ESPORTE E NO EXERCÍCIO

  • Foto do escritor: GEPEEX
    GEPEEX
  • 8 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Por Andrezza Fernanda de Souza Santos* e Janaina Yasmin Lessa Silva Ramos*



Se você é uma pessoa que fica esperando que o mundo externo o motive, saiba que as chances de se ter motivação serão baixas. Quando se coloca motivos importantes nos diversos contextos de sua vida, as chances de ter motivação se tornam maiores. Pensando nisso, desenvolvemos um texto para auxiliar no entendimento da importância da motivação no contexto esportivo.

A motivação é basicamente definida como o vigor e a vertente dos nossos interesses (Sage, 1977, apud Weinberg & Gould, 2008), ou seja, o motivo que nos leva a uma ação, o impulso e força que é determinada para realização de algo, seja questões do dia a dia ou sonhos e objetivos futuros. No contexto esportivo, vem sendo um tema bastante abordado no alto de rendimento, pois é através da motivação que atletas de diferentes modalidades mantém-se em suas equipes, treinando com firmeza e segurança, apesar de diversas dificuldades que enfrentam, sejam elas mentais ou físicas. A cada momento torna-se comum o surgimento de problemas motivacionais em atletas, bem como nas suas respectivas equipes, dispondo de consequências prejudiciais como: metas mal definidas, medo de fracassar, receio da falta de companheirismo além de reforços inapropriados (Samulski, 1988). O esporte de alto rendimento, requer dos atletas elevados níveis de empenho e atividade para que estes atinjam resultados de forma satisfatória esperados para aquela competição e também não só vitórias coletivas como pessoais (1989, apud JUNIOR; DESCHAMPS; KORSAKAS, 1999).

Nesse caso, o técnico terá que exercitar os aspectos psicológicos visto que ele deve ser um exemplo incentivador em seus atletas ou sua equipe, executando com ações efetivas e de forma dinâmica. Uma boa relação entre atleta e técnico é uma condição básica para o progresso de uma motivação firme a longo prazo no decorrer do treinamento e competições (Samulski, 1988). O técnico e outros profissionais que venham a auxiliar os atletas (psicólogos do esporte, por exemplo) precisarão estar compassivos a ponto de perceber características psicológicas que indiquem queda de motivação, com intuito de trabalhar nesses atletas a estabilidade psicológica para que as metas do treinamento sejam alcançadas (Weinberg & Gould, 2008). Por vezes é atribuído ao psicólogo (a) ou consultor do esporte ter essa função de “motivador” da equipe ou de determinado atleta, porém a visão interacional da motivação no esporte segundo (Weinberg & Gould, 2017) dispõe que a melhor maneira de entender a motivação é examinar como os fatores individuais (personalidade, interesses e objetivos) e os fatores situacionais (técnico, equipe, ambiente e família) interagem. Isto é, relacionar os fatores internos com os externos possibilita que a motivação seja melhor compreendida e mantida.

Essa análise de motivação também pode ser considerada no ambiente do exercício físico, onde existe um padrão comportamental de desistência após pouco tempo de inscrição, seja em academias como grupos de exercício. Ao desenvolver uma visão realista da motivação (Weinberg & Gould, 2017) podemos compreender que a esta não é a única variável que influencia o comportamento, existem condições técnico-táticos, psicológicos, sociológicos, médicos e bioquímicos que requerem consideração ao limitar a motivação apenas ao indivíduo e sua vontade. Recomenda-se que outros e mais estudos sejam feitos em cima do tema motivação no esporte assim como, a cerca do papel e da influência do técnico nesse seguimento para que cada vez mais o trabalho psicológico seja incorporado na periodização do treinamento, reforçando e dispondo os atletas para vencer ou perder, apreciando o fair play dentro dos campos e quadras, prevenindo o abandono antecipado do esporte, seja por burnout ou overtraining, à frente de uma desorganização do aspecto físico, emocional e social.

Referências


Junior, D. R.; Deschamps, S.; Korsakas, P. (1999). Situações causadoras de “stress” no basquetebol de alto rendimento: fatores competitivos. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 217-29, jul./dez.

Sage, G. (1977). Introduction to motor behavior: A neuropsychological approach (2nd ed.). Reading, MA: Addison-Wesley

Samulski, D. (1988). Análise das técnicas de automotivação no esporte de rendimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 2, n. 3, p. 33-38, mai.

Weinberg, R. S.; Gould, D. (2008). Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 624 p.

Weinberg, R. S.; Gould, D. (2017). Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, Cap. 3.


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Andrezza Fernanda de Souza Santos*. Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e integrante do Grupo de Estudos em Psicologia do Esporte e do Exercício (GEPEEX).

Janaina Yasmin Lessa Silva Ramos*. Psicóloga e integrante do Grupo de Estudos em Psicologia do Esporte e do Exercício (GEPEEX).


 
 
 

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